Diferenças entre Teologia Romana relativa ao Purgatório e a das Igrejas Orientais



Como uma regra geral, todas as Igrejas Orientais não fazem o uso da palavra purgatório. Isto está incluso tanto nas Igrejas Orientais unidas a Roma, quanto as Igrejas Orientais separadas.  A palavra “purgatório” é específica para a tradição latina, e traz consigo algumas passagens históricas que fazem os Cristãos Orientais se sentirem inconfortáveis.

No Ocidente Medieval, muitos teólogos populares definirão o purgatório como um lugar específico, onde as pessoas  essencialmente estão ao seu redor sofrem.  Alguns teólogos foram tão longe como ao sugerir que uma chama de fogo queima literalmente aqueles que sofrem no purgatório.  Também era popular, para registrar os períodos de tempo que as pessoas passaram no purgatório por vários delitos.  Vale a pena notar que a Teologia Católica Romana contemporânea (felizmente) foi muito além dessa abordagem, para uma compreensão mais patrística do Purgatório.

Na compreensão Católica, há dois pontos necessários em matéria do dogma do “Purgatório”: 1) Há um lugar de transição/transformação para aqueles que estão a caminho do paraíso, e 2) A oração é eficaz para os mortos que estão nesse estado.

As Igrejas Orientais concordam com a Igreja Romana totalmente em ambos os pontos. Na prática, nos rotineiramente celebramos Divinas Liturgias para os mortos,  e oferecemos numerosas orações para suas almas. Nós não faríamos isso, se nós não concordamos com os dois pontos acima dogmáticos.

Mas novamente, nós não fazemos o uso da palavra “purgatório” por duas razões. Primeira,  é um palavra latina usada no Ocidente Medieval, e nós usamos palavras gregas para descrever nossa teologia. Segundo, a palavra “ purgatório ” tem carrega um peso medial que nós é desconfortável.

É digno de notar que a própria igreja Bizantina Ucraniana nunca tem sido obrigada a usar a palavra  Purgatório.  Nosso ato de união com Roma, “O Tratado de Brest”, que foi formalmente aceito pelo Papa Clemente VIII, não nos obriga a aceitar o entendimento Ocidental do purgatório.
O artigo V do Tratado de Brest diz “ Não devemos debater sobre o purgatório”  o que significa que ambos os lados possam concorda em discordar sobre as especificidades do que o Ocidente chama de “Purgatório”.

No Oriente, tende  para ter a mais positiva visão da transição da morte para o Paraíso. Em vez de “Purgatório”, nós preferimos chamar de “Theosis final”. Este refere-se ao processo de deificação, em que o resto de nossa natureza humana é transformada, e nós assim podemos compartilhar da vida divina da Santíssima Trindade. Em vez de ver como um lugar para “sentar e sofrer”,  os Padres Orientais da Igreja descrevem a Theosis Final como sendo uma jornada. Enquanto está jornada podendo acarretar dificuldades, há também vislumbres poderosos de alegria.


Interessantemente, Madre Angélica  manifestou repetidamente um entendimento muito positivo do “Purgatório” sendo um estado de alegria, em vez de um lugar de sofrimento.  Em alguns aspectos ela descreve bem com o entendimento da Theosis Final.

Apesar de não usarem as mesmas palavras, Igrejas Orientais e a Igreja Católica Romana que essencialmente acreditam que a mesma coisa sobre este ponto importante.

Algumas Igrejas Orientais de tradição Síriaca(Caldeia, Maronita e Católica Síriaca), geralmente, acreditam no conceito da purificacação final, mas usam palavram diferentes como “Sheol”. 

Algumas notas:  A Teologia Oriental ensina que a Theosis é um processo infinito, e não cessa quando a pessoa entra no Paraíso. O termo “Theosis Final” não se destina a sugerir o contrário.

Madre Angélica ou Madre Maria Angélica da anunciação é uma Freira Norte-Americana mais conhecida como uma personalidade da televisão e fundadora do canal Eternal Word Television Network.

Comentários

  1. Bom, vendo este tema sendo esclarecido, eu gostaria de esclarecer ainda mais... A Teologia Ocidental, da Igreja Católica Romana, não professa o Purgatório como um "lugar" de purificação, ou como um "lugar intermediário" entre o Céu e o inferno. A Igreja Católica Romana, professa que o Purgatório, é um estado espiritual da alma após a morte. A alma, que não se purificou de suas paixões, ou seja, ainda contém esses males dentro de si, ainda em vida aqui na Terra, ela paga por isso no "Estado do Purgatório", ou seja, "Estado de Purificação", aonde, assim como no diz São João Crisóstomo, em sua homilia sobre o fogo que São Paulo descreve em sua Carta aos Corintio, aonde diz que haverá almas que passarão pelo fogo e se salvarão, Crisóstomo diz, que tais almas, terão seus males destruídos pelo fogo. O fogo do Purgatório, não é um fogo literal, que queima a alma do sujeito, mas sim um fogo simbólico, que representa a purificação. Porém, eu não sei ainda, se a questão do Purgatório, complementa a tese do "Telônio aereos", ou vice-versa, que professa as estações, ou seja, a passagem, como nos diz a "Theosis final", mas também, o Telônio é algo simbólico, e não se deve interpretá-lo de forma literal... mas sobre a questão de um complementar o outro, aí é algo mais profundo...

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    1. Estes sites contém melhores explicações sobre a definição de Purgatório.

      http://cleofas.com.br/a-doutrina-do-purgatorio/

      Alguns Padres da Igreja em relação com o estado de purificação.

      http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos/572-os-pais-da-igreja-e-pugatorio

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