Deificação vs Nirvana


(versão brasileira: João Antunes)

Pergunta:
 
O arquimandrita Sofrônio em seu livro “Ver Deus como Ele é”, nos diz o seguinte: 

Nada na natureza é uma repetição absolutamente idêntica. E isto se aplica, sobretudo, à realidade de seres racionais. Todo homem tem um coração formado ‘à parte’ por Deus (cf. Salmo 32/33,15): é o coração de uma determinada pessoa-hipóstase e, como tal, irrepetível. Em sua consumação, cada pessoa receberá certamente para sempre um nome, conhecido somente por Deus e por aquele que o recebe (cf. Ap 2,17). Deste modo, por mais que a vida de todos os salvos seja uma, como um é o reino da Santíssima Trindade (Jo 17,11.21-22), o princípio pessoal de cada um de nós será irredutível ao de outro.

Devemos entender então que, de acordo com a tradição cristã, contrariamente ao pregado pelas diferentes correntes pseudoespirituais sobre a aniquilação da pessoa, os santos, ou seja, aqueles que, pela deificação, tornaram-se deuses pela participação, mas não por natureza, preservam uma singularidade irredutível em seu estado de bem-aventurança?

Resposta do Hieromonge Diego:
Então você me pergunta se o que Sofrônio fala desta condição de pessoa irredutível é verdadeiramente assim na Revelação que Deus fez em nós, contrariamente ao que é proposto pelos pontos de vista pagãos de uma aniquilação do eu. Bem, Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Por criado à imagem e semelhança, os Padres [da Igreja] entendem que é criada “pessoa”, imagem, e “semelhança” de acordo com a concepção de Deus. A semelhança, a vida da graça, perdeu-se pelo pecado e a restauramos por Jesus Cristo. A restauração da semelhança por Jesus Cristo, também implica uma restauração da imagem de acordo com o Original, já não com a deformidade que tem a imagem, a pessoa humana, de acordo com o pecado, mas à Vontade benéfica, sempre benéfica, de Deus que nos criou, e nos criou para fazer-nos partícipes de Seu amor. Então, este caminho de retorno, este caminho de volta ao Pai, este retorno ao Pai, saídos do nada, criados no ventre de nossa mãe, toma distintas fases: em primeiro lugar, a adoção [filial] que recebemos em Jesus Cristo no batismo, com isso passamos a ser filhos do Pai, passamos a ser morada do Espírito [Santo], e somos também imagem do Filho, porque o Pai vê em nós o Filho, o Filho por meio do qual Ele fez todas as coisas.

O principal deste caminho nunca muda; a ação de Deus está sempre direcionada para que sejamos mais o somos destinados a ser em Seu plano, Seu plano cheio de sabedoria; saímos do nada e somos levados por Deus e convidados a participar, a cooperar, com a graça, com nossas potências limpas do pecado. Vamos aproximando-nos pelo caminho da santidade, pelo caminho da deificação, a theosis, e o vamos fazendo seguindo os passos do Filho, sendo dóceis ao Espírito, ou seja, caminhamos para o Pai levados justamente pelo Espírito e pela Verdade. O verdadeiro culto, diz o Senhor, deixará de ser neste ou naquele lugar, mas será de um modo em particular, ou seja, em Espírito e em Verdade, e não podemos separar o verdadeiro culto do caminho da deificação; que sejamos transformados em deuses pela participação de nenhum modo nos desvia da centralidade deste culto ao Pai, culto ao Pai a Quem conhecemos em Jesus Cristo por meio do Espírito Santo.

Esta deificação, longe de apagar de nós o que somos, longe de assimilar-nos a algo que nos supera e que nos apaga, muito pelo contrário, faz crescer em nós as sementes da graça, as sementes da Bondade de Deus e Seus dons, e desta mesma forma cresce em nós o que Ele semeou e nos transformamos no que Ele deseja. Alcançamos o nosso próprio bem e podemos dizer que nossa pessoa se deixa ao querer de Deus, que faz cada um diferente, dentro de um plano que supera nossa compreensão e que reconhecemos como excelente, e muito bom, porque todos os caminhos do Senhor distam de nossa vontade, como a Terra do Céu. Nós nunca deixaremos de ser humanos, mas seremos transformados na graça, na medida da Vontade de Deus, e seremos assimilados a uma ordem superior, que não nos apaga, mas muito pelo contrário, as energias divinas que atuam em nós são liberadas a uma escala infinitamente além de nossas possibilidades, como os santos participam deste mistério redentor; esse mistério redentor que desempenham os santos, cada qual distinto, insubstituível, é um também com seu ministério da Trindade de Deus; eles estão divinizados plenamente e, no entanto, intercedem; adoram ao Pai e também são morada evidente do Pai, são uma só coisa.

Quando o homem contemporâneo de alguma forma olha com desejo esses caminhos de aniquilação, de fato está revelando seu estado interior de vazio, de autosaciedade, de autocomplacência, que leva justamente a um desejo de aniquilação. Há uma lei espiritual que faz com que quando nós, do nosso próprio mundo, nos elevamos acima de Deus, as obras que criamos também se voltam contra nós. O Apóstolo São Paulo diz isso falando, inclusive, daqueles que evangelizam: “Alguns constroem com ouro, outros com pedras [preciosas], outros com palha, tudo será provado pelo fogo e alguns salvarão sua vida como quem escapa de um incêndio. Cada um examine com o que constrói” (cf. I Coríntios 3,12ss). Agora, quando o Apóstolo fala de construir, ele não está obviamente falando de alguma construção material, nem sequer está falando diretamente da construção de uma comunidade de pedras viventes, mas está falando em primeiro lugar da construção da vida da fé: como o homem novo é edificado em nós. Na carta aos Colossenses está muito bem descrito qual é o caminho do homem que, levado por seus próprios desejos chega ao precipício de querer o abismo, o abismo que vem a suprimir seu orgulho, o abismo que vem a compensar o enorme peso de querer carregar o mundo em seus ombros, de querer comandar tudo, de querer dominar. Um domínio sem Cristo é um domínio contra Cristo, “aquele que comigo não ajunta, espalha”, diz o Senhor (cf. Mateus 12,30). Da forma como é guiada a civilização hoje, esta é uma civilização construída contra Cristo, procurando inclusive suplantá-lO, sendo este o verdadeiro significado da palavra Anticristo, um falso Cristo. Com falsas forças, procuramos explicitar a fé. Cremos que os avanços na medicina tornam menos necessária a fé e, se não, prestemos atenção em que ponto recorremos a Deus: se quando perdemos a esperança nos médicos ou quando nos é informado o primeiro diagnóstico. Cada um examine com o que constrói, ou seja, com o que coopera para a obra de Deus, se é dócil à vontade de Deus, se é plenamente, ou se é em vão, porque ouve e não cumpre, se é abertamente contrário aos mandamentos de Deus.

Por esta razão, devemos examinar em nosso coração quais coisas estão impedindo que seja edificado em nós o homem novo, aquele que constantemente avança renovando essa imagem de Cristo, esse novo homem em cujo coração habitam riquezas insondáveis que são derramadas em nós. Consideremos o mistério escandaloso da fé, da verdadeira fé tal como o Senhor a revelou, que afirma que Deus se fez homem e que não deixou de sê-lo, e o segundo mistério, mais escandaloso ainda, que nós ao sermos transformados não deixaremos de ser homens e, além disso, no fim dos tempos ressuscitaremos. Nem mesmo os santos no céu completaram seu processo, porque também eles têm que passar pela ressurreição, pela fé sabemos que aqueles que estão no céu ainda não ressuscitaram, exceto nosso Senhor, o primeiro saído dentre os mortos, e Sua Mãe Santíssima. Não há clareza se todos aqueles que foram apontados como ressuscitados nas aparições depois da ressurreição de Cristo — naqueles dias apareceram muitos homens da antiguidade, muitos profetas famosos em Jerusalém e arredores —, não há uma afirmação clara de que seja a ressurreição dos mortos, mas que seja justamente apenas uma aparição, como pôde haver sido a de Lázaro, que é uma ressuscitação, uma graça de estar neste mundo por uma virtude de Deus, mas que não atingiu o estado da bem-aventurança final, que neste caso, sim a alcançou a Bem-aventurada Virgem Maria.

Retornando à deificação e à força com a qual Deus age, a vida da graça então se move dentro destes parâmetros: Deus se fez o homem e com isso completou a Criação, e Deus atrai o homem a si, para que seja transformado sem deixar de ser ele [homem], deus por participação. Por isso é essencial examinar nossas reais vontades. Em nossos dias a “oração de Jesus” suscita muitos adeptos, muitos seguidores, os ícones invariavelmente atraem pessoas de todas as origens e também suscitam uma grande adesão; há inclusive autores espirituais, Padres da Igreja, que são lidos mais hoje em dia do que em outros momentos da história. Busca-se com uma grande avidez, mas deve-se examinar isso espiritualmente, para não cair-se na profecia que está nos Profetas, e diz: “Enviarei fome a toda esta terra; não fome de comida nem sede de água, mas fome e sede de ouvir as palavras do Senhor. Os homens vaguearão de um mar a outro, do Norte ao Oriente, buscando a palavra do Senhor, mas não a encontrarão” (cf. Amós 8,11s). Por isso devemos vigiar para que esta profecia não se cumpra em nós e para que sejamos admitidos com humildade na graça de Deus; ser admitidos com humildade não significa tomar por nossa conta àqueles elementos que nos foram úteis para o nosso caminho, mas entrar caminhando, compreendendo o chamado de Cristo a seguir Seus passos, seguir Seus passos carregando a Cruz, em um caminho estreito. Não há nenhuma rodovia em direção a Deus, não há nenhum teleférico até Deus, nada nos livra da fadiga da Cruz, seja em uma vida muito longa, seja em uma vida muito curta, seja com obras manifestas de fé, seja com uma fé simples como a do bom ladrão, uma fé que chegou a abrir-lhe os portões do Paraíso e também nos abre as portas do Paraíso, porque essa fé simples do ladrão é uma luz em nosso caminho, como a fé do publicano no fundo do Templo que dizia “Senhor, tende piedade de mim”.

Temos que partir do ponto de que não somos chamados a suprimir essas coisas simples, mas repetí-las incessantemente. Na verdade, quando vamos à comunhão na Divina Liturgia, dizemos justamente isso: “Creio Senhor, e confesso, que Vós sois realmente Cristo, o Filho de Deus vivo, que viestes ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro”. Não posso receber o Corpo de Cristo, se não tenho a certeza de que sou o primeiro dos pecadores; se me aproximo murmurando julgamentos contra os demais, se creio que algo do que fiz me coloca acima dos outros. “Recebei-me, hoje, participante da Vossa ceia mística, ó Filho de Deus. Porque não revelarei Vossos mistérios aos Vossos inimigos, nem Vos beijarei como Judas; mas como o bom ladrão eu Vos digo: lembrai-Vos de mim, Senhor, em Vosso reino”. “Lembrai-Vos de mim, Senhor”, o clamor do fiel se acentua na medida em que mais se aproxima do alto; na medida em que se apaga a nossa penitência, na medida em que se apaga a nossa condenação; na medida em que se apaga o nosso temor de Deus, temos assim a clara certeza de estar desviados, de estar seguindo a nós mesmos, ou seja, de estarmos perdidos. E essa clareza Deus nos dá, dá-la o Espírito Santo, que ensina por meio da Igreja, que é Santa e da qual nos desgarramos quando pecamos.

Às vezes, quando professamos a fé verdadeira, nós podemos compadecer-nos, ou alguns indignar-se contra aqueles que praticam uma fé mutilada, deformada, no entanto, nós quando pecamos, somos piores do que eles, porque mesmo conhecendo-a, nos desgarramos da verdadeira vida; temos uma luz mais forte que nos ilumina e mesmo assim erramos com muito mais gosto, por isso, isto é o que mais deve forçar-nos a mudar pela humildade. É aí, quando compreendemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e se o Senhor volta a colocar em nós este desejo de amá-lO, e viver conforme Seus mandamentos, o que é o mesmo, que então aprendemos a ir por esse caminho de humildade e, inclusive, a ver naqueles contratempos e obstáculos que surgem em nosso caminho, uma palavra do Senhor destinada a edificar-nos, a fazer-nos crescer, a santificar-nos, a arrepender-nos, a ajudar os outros, a seguir neste caminho para o Pai, que como todo caminho, ou melhor, toda trilha, toda pequena trilha, tem os seus perigos, mas nisto temos o auxílio daqueles que nos precedem, aqueles cuja fé é uma tocha [que ilumina o caminho] para nós e que nos permite seguir nesta escuridão crescente no caminho para o alto. Se erguermos a vista com fé, veremos na vida da Igreja muitas tochas que nos precedem e que vão com a vida da fé iluminando nossos passos; se não as vemos, então possivelmente estamos seguindo outro caminho, um caminho construído sobre nossa presunção. Porque a luz de Deus vem a nós para nos iluminar e para que nos arrependamos, não para jogar em nossa cara nosso pecado ou para zombar dele, mas para nos curar, e é aqui, quando falamos da santificação, da deificação, que também precisamos falar da vida do pecado, que é morte, que é dano, que é míngua, que é perda.

Às vezes, as ideias que temos sobre o pecado e a graça são o principal obstáculo para que possamos viver a vida de Deus. Quantas vezes uma pessoa que acredita estar buscando a Deus se depara com o pecado do outro ou com o pecado que acredita que tem o outro ou com o que lhe parece ser [o pecado do outro] e está certo de que deve ser assim e se sente afastar-se de Deus porque, ao julgar o outro, ao condenar o outro, o está invejando. Cobiçar o pecado do outro acontece, da forma mais eficaz, pela condenação [do outro mediante nosso julgamento], porque não nos permite reconhecer nossos verdadeiros sentimentos. “Como pode ser que Fulano cometa pecados e eu tenha que suportar não pecar para ficar parado no mesmo lugar?” Creio que, no que diz respeito a essa mesma pessoa, se pensássemos que ela teve um acidente de carro nós não a invejaríamos e nem iríamos julgá-la, pensaríamos talvez: “Bom, coitada, espero que se restabeleça, vou rezar por ela”, “que perda terrível, oxalá possa recuperar-se, oxalá esteja bem preparada para encontrar-se com Deus”. Quando nos sentimos donos da situação, sentimo-nos muito misericordiosos de acordo com nossa própria ideia. No entanto, quando vemos que o outro peca, devemos ter exatamente a mesma disposição; se compreendemos que o pecado é um dano, então não invejaremos, através do julgamento, sua posição equivocada, não procuraremos obter o que está fazendo o outro perder-se. Não pensaríamos assim se tivéssemos misericórdia e com humildade pedíssemos ao Senhor que tenha piedade também de nós, não permitindo que caiamos, que sejamos humildes e operantes nas mãos de Deus, ativos nas mãos de Deus, ou seja, de mãos juntas.

Há um poema do poeta russo Alexei Jomiakov, que diz: “forte é a mão daquele que ora”. Forte é a mão daquele que ora, e isso é para nós um indicador de que nossas fraquezas, muitas vezes não são fruto da natureza que herdamos, mas fruto da natureza que arruinamos; que por falta de cuidado espiritual, por falta de discernimento, por falta de sobriedade, por falta de vigilância do coração, por falta de humildade, estamos deixando passar todas as oportunidades que Deus nos dá; não por inadvertência, mas por uma preguiça espiritual, uma profunda preguiça espiritual que temos. Ao desejar a santificação do próximo e não buscá-la para nós mesmos, porque a forma mais eficaz de ajudar o próximo a ser santo é empreender o caminho de Deus, empreender esse caminho, no qual, passo a passo vamos despojando-nos daquilo que acreditamos que somos. “Eu sou muito sincero!”, muitos dizem, quando na realidade geralmente faltam à caridade em todos os sentidos, isto não é sinceridade. “Eu sou muito bom!”, mas talvez seja porque é muito cômodo ser complacente e não buscar o bem para os demais. “Eu sou muito generoso!”, mas talvez não dê do que lhe sobra, ou dá o que lhe parece que os outros necessitam, mesmo que saiba que vá fazer mal. Então, também encontramos os que dizem: “Eu sou muito humilde!”, e talvez o seja por não terem colocado para trabalhar quaisquer dos dons [recebidos] de Deus, como aquele que fez um buraco profundo, enterrou o que Deus deu a ele e disse: “Eu sou humilde, não me gabo das obras de Deus”. Por isso, nada melhor que colocarmo-nos em caminho e aprender dos Padres [da Igreja], aprender da fé da Igreja, nutrirmo-nos dentro da Divina Liturgia, que é o colo da Igreja, é o peito [que nutre], podemos até dizer que é o útero de Deus, onde somos refeitos. Não somente temos fé e vamos render culto, mas somos refeitos em cada Liturgia na medida da nossa fé, pela qual somos levados a Deus, a fé nos tem a nós, no melhor dos casos; Deus nos pescou, no melhor dos casos; Deus está em nós e nós em Deus. É uma experiência muito comum, muito habitual, melhor dizendo, experimentar na Liturgia isto, que Deus está em nós, pela paz que experimentamos, e Deus está ao nosso redor: “O anjo do Senhor é sentinela ao redor daqueles que o temem, e os livra” diz o Salmo (34,7). É sentinela ao redor, mais precisamente, acampa em torno, e esses fieis experimentam uma proteção, experimentam uma liberdade para poder dedicar-se ao bem, que é o fim último da liberdade. Liberdade não é a capacidade de fazer o mal, é a capacidade de escolher entre um bem e um bem melhor, entregar-nos sinergicamente à graça; nossas ações movidas pela graça de Deus, infundidas pela graça de Deus, operam como deveriam.



A graça de Deus, desde um determinado ponto de vista, nos supera em muito mais do que o que a mente pode chegar a compreender e, por outro lado, somos quase feitos com natureza divina, estamos feitos para viver nela. Se alguém compra um carro novo, quer que esse carro funcione bem, custou-lhe muito esforço para obtê-lo, estará muito feliz com este novo carro que vai levá-lo a muitos lugares e visitar as pessoas que ama e fazem coisas que são boas, agradáveis, vai cuidar muito, antes de tudo, alimentá-lo com o combustível adequado e se o seu bolso permitir, vai tentar fazê-lo com o melhor combustível possível, projetado para esse carro. Mesmo que a comparação não seja exata, entretanto, podemos dizer, precisamente, que estamos feitos para viver em Deus, não que Deus seja nosso combustível, não há um “combustível espiritual”, porque Deus não é uma coisa que é usada para o que se quer, ou algo que se absorve e fica alheia a nós, porque o veículo não é transformado pelo combustível , este simplesmente o move. Por outro lado, nós, pela graça, somos transformados em outro ser. Podemos, se quisermos, compará-lo com a água e a planta, que atinge sua finalidade, a água não perde seu ser e a planta é transformada. E Deus vem a nós e faz com que todas as distintas plantas do jardim, mesmo que sejam da mesma espécie, uma distinta da outra, de forma que o ponto de maturidade de uma, não seja o ponto de maturidade de outra, nem o tempo de frutificação, nem a qualidade dos frutos, nem a forma, nem tampouco as mesmas possibilidades, por isso devemos cuidar que essa água de Deus, que vem a nós também seja conduzida para o que Deus a colocou, para que demos frutos de acordo com a nossa espécie.


Fonte:Teóforos

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