Tradição Eremítica Maronita: Um reavivamento contemporâneo
Não é fácil
escrever sobre a vida de pessoas que escolheram dignamente o silêncio, e
mencionar-lhes quando eles não querem seus nomes na posteridade, tendo decido
se manterem desconhecidos. Apagado da memória das pessoas. Para conhecer
os eremitas Maronitas requer seguir um longo procedimento: informar ao
Secretariado da Ordem Maronita Libanesa, receber a permissão do superior do
monastério que o eremita pertence, e finalmente obter o consenso necessário do
eremita que escolheu o silêncio para não perturbar sua busca de humildade.
Neste
estudo, pretendemos considerar a experiência eremítica vivida dentro da Igreja
Maronita. Há quatro eremitas contemporâneos da Igreja Maronita, três monges e
uma monja. Há um programa para introduzir leigos à tradição eremítica maronita,
através da organização “Dias eremíticos” organizado e liderado por Irmãs Antonitas.
Reflexões
sobre a espiritualidade eremítica na Igreja Maronita é uma questão muito
delicada e difícil, especialmente pela falta de textos escritos e outras
informações que poderiam facilitar o estudo desta escola de espiritualidade
enraizada na história e revelada através da experiência real da Igreja
Maronita. Porém, a vida monástica e eremítica da Igreja Maronita tem origem em
São Maron, um santo anacoreta que viveu no século quarto e quinto, em uma
montanha situada, provavelmente, na região de Apamea na Síria.
Ícone de São Maron, o Eremita |
São Maron viveu
ao ar livre próximo à um templo pagão que ele converteu em Igreja, uma vida de
penitência e oração.Esse estilo de vida atraiu um grupo para se tornar seus
discípulos. Reunidos ao redor dele, eles formaram o núcleo da Igreja Maronita,
suas vidas centraram-se no mosteiro dedicado em memória de seu mestre, o
Mosteiro de São Maron situado na vizinhança de Apamea.
O fato que ter tido essas origem condicionou e guiou a vida da comunidade maronita. Um fato único na história Cristã é que a comunidade monástica tornou-se o principal organizador de uma Igreja, dando vida ao Patriarcado que foi concedido por tradição o prestigioso título de Antioquia. Está dupla realidade histórica de São Maron e do agrupamento monástico de seus discípulos determina a espiritualidade eremítica da Igreja Maronita. Esta espiritualidade e modo de vida caracterizam a Igreja Maronita e seus féis que apreciam a vida ascética de seus fundadores.
O fato que ter tido essas origem condicionou e guiou a vida da comunidade maronita. Um fato único na história Cristã é que a comunidade monástica tornou-se o principal organizador de uma Igreja, dando vida ao Patriarcado que foi concedido por tradição o prestigioso título de Antioquia. Está dupla realidade histórica de São Maron e do agrupamento monástico de seus discípulos determina a espiritualidade eremítica da Igreja Maronita. Esta espiritualidade e modo de vida caracterizam a Igreja Maronita e seus féis que apreciam a vida ascética de seus fundadores.
A
vida eremítica na contemporaneidade da Igreja Maronita não pode acontecer sem
uma análise precisa de suas origens e de sua evolução histórica. Isso revela
uma sutil mistura de tradição e adaptação. A vida eremítica na Igreja Maronita
é comparável à uma célula no corpo humano; ela constituí a essência de toda sua
vida, de sua espiritualidade e reflete sua identidade. Como a identidade está
envolvida na história, logo a vida eremítica representa hoje em dia não apenas
uma identidade contemporânea da Igreja Maronita, mas também a consequência da
transformação experimentada ao longo do tempo: confusão e ambivalência. Em
outras palavras, a análise da evolução da vida eremítica leva justamente em
consideração o itinerário de uma igreja e de um povo, os Maronitas.
Espiritualidade Maronita
A Igreja Maronita
pertence a família das Igrejas Antioquinas Siríacas, e tem moldado
sua própria espiritualidade com a siríaca. A espiritualidade dessas Igrejas
Siríacas é enraizada, por um lado, à espera do retorno de Cristo, descrito por
Michel Mayek como um ‘estado purgatorial’ e, por outro lado, na
meditação das Escrituras que é base para todas as tradições litúrgicas.
Está
espiritualidade é baseada no misticismo pneumático, que foi desenvolvido em
três estágios, seguindo três níveis: corporal, psicológico e pneumático. A
espiritualidade Maronita apesar de ser afiliada à espiritualidade Siríaca e
sucedê-la, distingui-se através da especificidade de alguns de seus elementos
adquirido ao longo da história. Através de seu apego à terra, está
espiritualidade revela-se profundamente humana. Seu entendimento de igreja é
ecumenicamente aberto. A espiritualidade do sofrimento, martírio, crucificação
e ressurreição de Cristo, uma espiritualidade de espera pela Parusía.
Finalmente, é uma espiritualidade que, apesar de dar nascimento a uma igreja,
tem mantido fiel ao seu caráter monástico.
Mosteiro de Mar Antonios Qozhaya |
A ligação dos
Maronitas ao Líbano mostra sua ligação ao caráter sagrado da terra. A
acomodação no Norte do Líbano tem tornado-se uma vocação. Fazendo um refúgio
fora dessas montanhas e se estabelecendo no fundo e íngreme Vale do Qadisha,
os Maronitas foram capazes de conservar o que eles receberam e torná-lo
produtivo. Aqui reside sua originalidade; aqui poderia ser o testemunho que
eles devem dar no coro ecumênico.
O Líbano tem o
caráter de uma terra prometida que não oferece nada aos Maronitas senão cumes,
deserto e vales selvagens, um país que está incessantemente contestado e
periodicamente abandonado por causa de um novo êxodo. Seria capaz, como S. Maron quando
transformou um templo pagão em uma montanha próximo de Cyrrhus, transformar
lugares proeminentes no Líbano de mitologia fenícia em oratório e ermitas? O
Sagrado relacionamento formado entre o Líbano e os Maronitas transformarão a
terra de refúgio em uma Sé Patriarcal da Igreja Católica. A partir de então, o
patriarca tem tornado-se símbolo de unidade, uma vez que todos os grupos
Maronitas da diáspora reivindicam sua autoridade eclesial. Michel Hayek notou
corretamente que ‘os Maronitas trabalharam, construíram, plantaram como
celebramos a liturgia: tudo isto tinha um sabor sacramental, um gosto
litúrgico: a videira e o trigo para o pão e o vinho da Eucaristia, a oliveira
para refinar o óleo dos santos, a amoreira para tecer pano de altar e vestidos
de casamento. Tudo é sinal do grande além’.1
A espiritualidade
Maronita tem um caráter ecumênico, um universalismo espiritual decorrente de
seu pertencimento à Igreja Católica (Universal). O que distingue a Igreja
Maronita das demais Igrejas Siríacas é sua união com a Sé de Roma. A Igreja
Maronita é também a única no Cristianismo Oriental que não tem uma origem
Ortodoxa – todos os Maronitas estão em comunhão com Roma. Seu universalismo
também tem sido manifestado através de seu constante diálogo com o mundo
Árabe-muçulmano.
A cruz está no
centro da Espiritualidade Maronita. É fundida com a pessoa de Jesus Cristo que
morreu e ressuscitou dos mortos. É como ele: poderoso, vitorioso, glorioso, a
fonte da luz, provedor da vida e fonte de imortalidade. Esta visão do Cristo
Crucificado vem como uma grande consolação aos Maronitas, pois permite entender
e internalizar as perseguições que ele tem suportado e que eles consideram como
sofrimento unido aqueles de Cristo na Cruz, encontrando nisto toda sua
esperança para a glória e a vitória. É a própria Cruz que lhes permite dar um
sentido ao seu sofrimento,
transformando sua fraqueza em força, sua perseguição
em vitória e sua morte em Ressurreição.
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