Arcebispo-mor ou Patriarca?

A Igreja Greco-Católica Ucraniana é a maior das Igrejas Católicas Orientais. Foi a primeira entre as Igrejas Ortodoxas a afirma a comunhão com Roma. Os fieis estão ao redor de todo globo, da Argentina ao Canadá, da Alemanha e além. Ao contrário de sete Igrejas Católicas, uma coisa que não temos, todavia, é um Patriarca. Pelo menos, não no papel.


Em 1963, era óbvio que a Igreja Ucraniana era uma Igreja de status patriarcal. Reconhecendo que criaria dificuldades ecumênicas com os Ortodoxos, um novo título foi concebido. A Igreja Ucraniana foi elevada ao major-episcopado e os seus primazes foram titulados de Arcebispos-mor, que foi a forma bonita que surgiu com o tempo para dizer que ele é um patriarca sem o título.

O Cânon 152 do direito canônico da Igreja Ucraniana deixa claro que os dois são praticamente idênticos: "O que está estabelecido na lei comum sobre as Igrejas Patriarcais é entendido que seja aplicado as Igrejas Arcebispais-mor, salvo se a lei comum expressa em contrário ou é evidente a partir da natureza do assunto. "

Toda a comunhão Católica reconhece a necessidade do Patriarcado Ucraniano e isso foi discutido no Concílio Vaticano II. Em seu decreto sobre as Igrejas Orientais em 1964, Orientalium Ecclesiarum, o Papa Paulo VI disse, "vendo que o ofício patriarcal na Igreja Oriental é uma forma tradicional de governo, o Sagrado Concílio Ecumênico deseja ardentemente que novos patriarcados sejam erigidos onde há necessidade, seja estabelecido quer por um Concílio ou por o Romano Pontífice".

Aproximadamente 50 anos depois, o mundo reconhece o primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana como um Patriarca, e ele é comemorado na Liturgia como tal, mas os papéis ainda tem que ser mudados. Você pode ler abaixo o que Sua Beatitude Sviatoslav, chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana, tem a dizer sobre isso em uma entrevista com Mariana Karapinka e Anatolii Babynskyi em 4 de Julho de 2011.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Que iniciativa começada pelo seu predecessor por construir uma Ordem Patriarcal será continuada, e o que você quer começar por você ? E quais tem sido as primeiras medidas? O que é importante para iniciar e continuar?


Minhas primeiras medidas foram feitas a muitos anos atrás, antes de eu ser eleito Chefe da Igreja. Em torno de 2004 e 2005, o Patriarca Lubomyr chamou-me para ser seu secretário pessoal e chefe da Cúria Patriarcal em Lviv. Está era a posição que foi nomeado na época. Na verdade, minha tarefa principal como chefe da Curia foi torná-la o centro da alma da nossa Igreja, que serviria para unir todas as nossas eparquias, que estão espalhadas por todo o mundo. A Cúria Patriarcal é um passo muito importante no desenvolvimento do Patriarcado. Eu tenho dito repetidamente que Sua Beatitude Lubomyr não exigiu um patriarcado, mas ele construiu-o. Então, eu fui chamado para colaborar com ele neste assunto.


Até agora, nossa estrutura patriarcal está sendo construída. Durante esses 10 anos de construção de nossa Igreja sob a liderança de Sua Beatitude Lubomyr toda nossa igreja, todos os nossos bispos, perceberam que um centro é necessário. Além disso, ele começaram a apoiá-lo e agora o centro é mais eficiente e serve todos os nossos bispos ao redor do mundo. Eu senti isso como bispo na Argentina. Eu senti o quão importante a estrutura da Cúria Patriarcal é para manter uma conexão com a Igreja Mãe na Ucrânia.


Assim, eu irei continuar construindo o patriarcado. Isto inclui o seguimento específico de passos: construir a Curia Patriarcal, sua eficiência, preparando oficiais que poderiam efetivamente servi em nossa estrutura, melhorando nossos serviços as eparquias e similarmente a cada um de nossos fieis. Sabemos disso por causa da imigração ucraniana que está espalhada pelo mundo. Saberemos que um temos um patriarcado quando cada Greco-Católico, independente do local que ele esteja, sinta que ele tem um Pai na Ucrânia, que é chefe de nossa Igreja. Meu desenvolvimento do Patriarcado se passará principalmente nas direções pastorais e de evangelização, para que a Igreja possa agir efetivamente como uma única unidade e fornecer cuidados pastorais para os nossos fieis onde quer que estejam.


Quando o senhor foi a Roma, muitas pessoas queriam saber sobre o patriarcado e se você levantaria a questão durante o encontro com o Santo Padre. Desta vez isso não aconteceu. Há um plano quando isto será discutido? Não exige isso, mas expressa um nosso desejo. A questão é o que o Santo Padre acha disso?


A discussão sobre o patriarcado está sempre na agenda. Não é um sensacionalismo da mídia porque é simplesmente a vida da nossa Igreja. Agimos como uma Igreja Patriarcal e estamos desenvolvendo como uma Igreja Patriarcal. Um dos mais importantes passos disso, talvez, seja a vida cotidiana, mas nossa comunicação prática e desenvolvimento é, por exemplo, o recente anúncio do Catecismo da Igreja. Este é o maior ato do ensino religioso da Igreja quando a Igreja dá um catecismo, uma coleção de religiosos, bem como ensinamentos morais e ascéticos, da Igreja para as mãos dos fiéis.


Ouvimos, frequentemente, tanto comentários de padres e fieis: "mas por que"? Não é suficiente ser uma Igreja Arcebispal-maior? Temos usado totalmente o potencial encontrado nesta forma de organização?


Há severas dimensões sobre essa questão. Um Patriarcado pode ser entendido como um título honorífico. Há tantos patriarcas honoríficos na Igreja Católica, como o Patriarca de Veneza, o Patriarcado Latino de Jerusalém e assim por diante. Isto é um título honorífico, mas ele não tem qualquer fundamento para uma Igreja Nacional. No nosso caso, é ao contrário: temos uma base para uma Igreja Nacional, mas nenhum título. Eu acho que este título virá mais cedo ou mais tarde, embora o mecanismo para a concessão do título de patriarca no mundo ortodoxo, bem como no mundo católico, não é totalmente compreendido.


Concordo que enquanto caminhamos em direção a dignidade patriarcal devemos usar todas as oportunidades que são providas por nosso status de Igreja Arcebispal-mor. De fato, a diferença entre uma Igreja Patriarcal e uma Igreja Arcebispal-mor são muito pequenas, e, talvez, nesta fase, precisamos usar esses potenciais que temos ao máximo.


Mas, por outro lado, não é segredo que o título "Igreja Arcebispal-mor" é um meio-passo. E o significado completo deste título não está claro. Portanto, se olharmos como eu sou chamado na mídia, a palavra "supremo" não é frequentemente usada, em vez disso eles dizem que eu sou Arcebispo de Kiev-Halych, porque não há um entendimento claro disso. Segundo, o título não existe nas Igrejas Orientais de Tradição Eslava. Este Título existe na Igreja Grega, que tem uma estrutura canônica diferente, por isso o título tem outro significado. No léxico canônico eslavo, esses termos tem uma conotação completamente diferente, e portanto, que o Supremo Arcebispo é para o mundo Eslavo não muito claro.


Devemos lutar para seguir esse caminho até o fim, e então obter o nome de Igreja Patriarcal: então nossa identidade irá ser clara para todos. O Patriarca Josyf disse que devemos lutar por uma Igreja Patriarcal para que as nossas comunidade, paróquias, eparquias em emigração se assimilem. Logo, o patriarcado é uma estrutura que, em certa medida, irá proteger nossa igreja de dissolver-se no enorme oceano do mundo católico. Todos os nossos bispos de todo o mundo fazem parte das conferências locais Episcopais Latinas. E se não temos um fórum interno, então não podemos existir como nenhuma igreja nacional.


A propósito, antes de nossa Igreja receber o título de Arcebispal-maior, ela não tinha o direito de conduzir sínodos. E agora, os sínodos é um dos mais importantes componentes da identidade de nossa Igreja. Somos uma Igreja Sinodal. O título de Igreja Arcebispal-maior tem dada-nos está oportunidade. Podemos ver que a realidade ajuda-nos na nossa construção.
Fonte: Igreja Greco-Católica Ucraniana de Santa Sofia


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